Por que a introdução alimentar deve começar aos 6 meses de idade?
A introdução alimentar é o momento em que os bebês começam a receber outros alimentos além do leite materno, com o objetivo de complementar a sua alimentação. Embora seja essencial que esse processo seja supervisionado pelo pediatra, é comum surgirem dúvidas ao longo dessa fase. Aqui, queremos ajudar a tornar esse momento mais simples e menos estressante.
INTRODUÇÃO ALIMENTAR
Vera Martir
11/26/20245 min read
A introdução alimentar é o momento em que os bebês começam a receber outros alimentos além do leite materno, com o objetivo de complementar a sua alimentação.
Embora seja essencial que esse processo seja supervisionado pelo pediatra, é comum surgirem dúvidas ao longo dessa fase. Aqui, queremos ajudar a tornar esse momento mais simples e menos estressante.
Neste artigo, você, papai ou mamãe, vai entender o que é a introdução alimentar, por que ela é tão importante e por qual motivo devemos realiza-lá apenas a partir dos 6 meses.
Prontos para começar?
O que é a Introdução Alimentar?
A introdução alimentar é o período em que começam a ser oferecidos ao bebê alimentos sólidos, semi-sólidos ou líquidos, além do leite materno, com o objetivo de complementar sua alimentação. Esse momento pode influenciar tanto o estado nutricional da criança na infância quanto suas preferências alimentares quando crescer.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam que a amamentação seja iniciada na primeira hora de vida e continue por pelo menos dois anos, ou mais, conforme a demanda da criança.
Nos primeiros seis meses de vida, a orientação é que o bebê receba exclusivamente leite materno, o que caracteriza a amamentação exclusiva. Nesse período, o bebê não necessita de outros alimentos ou líquidos, como água, chá, suco, água de coco ou outros tipos de leite.
Mesmo em climas quentes e secos, não é necessário oferecer água a bebês que estão sendo alimentados apenas com leite materno, pois ele já contém a quantidade de água suficiente para mantê-los hidratados. Durante os dias mais quentes, a criança pode até mamar com mais frequência para matar a sede.
Nos primeiros dias após o nascimento, a produção de leite materno é menor, mas já é suficiente para atender às necessidades do bebê. Esse leite inicial é chamado de colostro. O colostro é uma substância rica em proteínas, anticorpos e outros nutrientes que ajudam a proteger o bebê contra doenças, além de ser perfeitamente adequado para a fase inicial de vida.
A quantidade de leite produzida pela mãe vai depender da demanda do bebê ou da frequência com que o leite é retirado da mama. O leite materno é completo, contendo as quantidades ideais de calorias, gorduras, proteínas, vitaminas, água e outros nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento saudável da criança.
É importante ressaltar que, em algumas situações específicas, o aleitamento materno pode não ser recomendado, como em casos de mães portadoras de HIV ou outras condições que impossibilitem a amamentação. Nesses casos, o pediatra pode indicar o uso de fórmula infantil. Por isso, o acompanhamento médico é fundamental para garantir que a criança receba a alimentação adequada.
Por que a introdução alimentar deve começar aos 6 meses de idade?
Aos seis meses, o bebê já não apresenta mais o reflexo de protusão da língua, que faz com que a língua empurre os alimentos para fora da boca. Esse reflexo desaparece, permitindo que a criança aceite melhor alimentos semi-sólidos. Além disso, o sistema gastrointestinal e os rins do bebê estão mais desenvolvidos e prontos para digerir e processar esses novos alimentos.
Esse também é o momento em que ocorre a maturação fisiológica e neurológica do bebê, o que lhe permite sustentar a cabeça e o pescoço com mais firmeza. Isso facilita a alimentação com colher, já que o bebê pode engolir de forma mais eficiente.
Outra razão importante para iniciar a introdução alimentar aos 6 meses é que as necessidades nutricionais do bebê começam a mudar. A partir dessa idade, há um aumento na demanda de nutrientes como ferro, zinco, proteínas e vitamina A, que o leite materno exclusivo já não é capaz de suprir adequadamente. Portanto, é essencial oferecer alimentos que contenham esses nutrientes para garantir o crescimento e o desenvolvimento adequado da criança.
Sinais de prontidão
Esses sinais indicam que o bebê está fisicamente e emocionalmente preparado para começar a comer alimentos sólidos ou semi-sólidos. Abaixo, explico os principais finais de prontidão que os pais e cuidadores devem observar:
1. Desaparecimento do Reflexo de Protusão da Língua
O que é: O reflexo de protusão é um reflexo natural presente nos primeiros meses de vida, onde o bebê empurra automaticamente qualquer alimento ou objeto colocado na boca com a língua.
Por que é importante: Quando esse reflexo desaparece, por volta dos 4 a 6 meses, o bebê é capaz de empurrar a comida para dentro da boca e engolir de forma mais eficiente. Isso facilita a aceitação de alimentos sólidos e semi-sólidos.
Sinal de prontidão: O bebê já não empurra os alimentos para fora com a língua e começa a fazer movimentos de mastigação.
2. Controle da Cabeça e Pescoço
O que é: O bebê deve ser capaz de manter a cabeça e o pescoço eretos e estáveis, o que é essencial para se alimentar de forma segura e eficaz.
Por que é importante: A estabilidade do pescoço e da cabeça permite que o bebê se sente adequadamente, o que é necessário para a alimentação com colher. Sem esse controle, o bebê pode ter dificuldades em engolir e corre risco de engasgar.
Sinal de prontidão: O bebê começa a sentar-se com apoio e mantém a cabeça ereta enquanto é alimentado.
3. Interesse por Alimentos
O que é: Quando o bebê começa a demonstrar interesse pelos alimentos dos outros, ou seja, observa, pega ou até tenta levar a comida à boca, isso é um sinal de que está pronto para a introdução de alimentos sólidos.
Por que é importante: O interesse indica que o bebê está se desenvolvendo cognitivamente e emocionalmente para aprender a comer alimentos diferentes do leite materno ou fórmula.
Sinal de prontidão: O bebê começa a se interessar por alimentos que outras pessoas estão comendo, mostrando curiosidade ao olhar ou até ao tentar pegar a comida.
4. Desenvolvimento de Habilidades Motoras Orais
O que é: À medida que o bebê cresce, ele começa a desenvolver habilidades motoras orais, como a capacidade de mover a língua de forma coordenada, sem o reflexo de protusão, e de engolir alimentos.
Por que é importante: A habilidade de coordenar os movimentos da boca, língua e garganta é essencial para o bebê mastigar e engolir alimentos sem risco de engasgo.
Sinal de prontidão: O bebê começa a fazer movimentos de mastigação e pode até tentar morder ou chupar alimentos.
5. Aumento da Necessidade de Nutrientes Específicos
O que é: Aos 6 meses, as necessidades nutricionais do bebê, especialmente de ferro, zinco, proteínas e vitamina A, começam a aumentar, e o leite materno ou fórmula por si só pode não ser mais suficiente para suprir essas demandas.
Por que é importante: A introdução de alimentos complementares ajuda a atender a essas necessidades nutricionais adicionais e promove o crescimento e desenvolvimento adequado da criança.
Sinal de prontidão: O bebê começa a ter mais fome e pode mamar com maior frequência, o que indica que a amamentação exclusiva já não é suficiente para satisfazê-lo.
6. Aumento da Capacidade de Engolir Alimentos Sólidos
O que é: O sistema digestivo do bebê começa a amadurecer por volta dos 6 meses, permitindo que ele processe e digira alimentos sólidos.
Por que é importante: Um sistema gastrointestinal mais maduro é necessário para a digestão adequada de alimentos mais complexos que o leite materno ou fórmula.
Sinal de prontidão: O bebê mostra sinais de que pode engolir sem dificuldade alimentos mais espessos, como papinhas ou purês.
Conclusão
Apesar da expectativa criada pelos pais e cuidadores sobre assuntos que permeiam a alimentação, é crucial que respeitemos as fases e o desenvolvimento do bebê, para conseguir aproveitar esta janela de oportunidade de maneira positiva!
Nutricionista Vera Martir
Escrito por:
Especialista em Nutrição Materno Infantil
ABC da Nutrição Infantil
Capacitando pais e e ensinando crianças a se alimentarem de forma saudável.
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